Produção de veículos cai 5% no 1º semestre e venda recua 14,5%, segundo Anfavea

 sexta, 08 de julho 2022

Produção de veículos cai 5% no 1º semestre e venda recua 14,5%, segundo Anfavea

O desabastecimento de peças, sobretudo de semicondutores, continua a prejudicar a produção de veículos no Brasil e representa “o maior desafio” dessa indústria automotiva hoje com as vendas se mantendo retraídas, segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite.

Nos primeiros seis meses do ano, a produção de veículos caiu 5% na comparação com a primeira metade de 2021. Em junho, porém, houve um avanço de 21,5% na comparação com o mesmo mês do ano passado, num total de 203,6 mil unidades. Isso indica, segundo Leite, a tendência de normalização do abastecimento de peças daqui para a frente.

No primeiro semestre, porém, a produção foi fortemente comprometida pela escassez de semicondutores. Total de 20 fábricas paralisaram em algum momento no primeiro semestre, o que totalizou 357 dias de paralisação, juntando todas. Segundo a Anfavea, em decorrência disso, 170 mil veículos deixaram de ser produzidos no período.

Leite lembrou, ainda, a persistência dos problemas logísticos globais. O maior porto do mundo, em Xangai, destacou o dirigente, passou 60 dias parado.

Vendas

De janeiro a junho foram licenciados 918 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus, o que representou uma queda de 14,5% na comparação com os primeiros seis meses de 2021. Em junho, a retração foi menor, de 2,4%, na comparação com o mesmo mês do ano passado, num total de 178,1 mil veículos.

Leite aponta, porém, que houve tendência de alta na média diária de licenciamentos, que, em maio e junho, manteve-se igual à média de um ano atrás, com 8,5 mil veículos emplacados por dia. A Anfavea estima que em dezembro a média diária de vendas estará acima de 9 mil unidades.

O volume de estoques nas fábricas e revendas subiu em junho, com 145,5 mil veículos. Isso equivale a 24 dias de venda. Foram 21 em maio. Segundo Leite, a elevação do estoque não significa falta de demanda.

Reflete, segundo ele, um momento de chegada de componentes que estavam em falta. As montadoras conseguem, diz ele, concluir a montagem dos veículos que estavam parados.

Fonte: Folha de S. Paulo