Francesa Total quer aumentar em 3,5 vezes sua rede de postos no Brasil

 sexta, 02 de outubro 2020

Francesa Total quer aumentar em 3,5 vezes sua rede de postos no Brasil

Após adquirir a Zema Petróleo e estrear no mercado brasileiro de combustíveis em 2018, a petroleira francesa tem planos de aumentar sua presença local. Dona de uma rede de cerca de 280 postos, focada sobretudo em Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso, a companhia tem como meta atingir o patamar de mil postos no país até 2025. A investida faz parte do novo plano estratégico da multinacional, que promete intensificar os esforços de descarbonização e vê no Brasil um mercado prioritário no segmento de biocombustíveis.

A meta da Total é zerar suas emissões líquidas até 2050. Uma das estratégias da companhia é aumentar a participação dos biocombustíveis no mix de vendas de combustíveis da empresa, para entre 10% e 15% até 2030, e, assim, reduzir a intensidade de carbono de suas atividades. A multinacional também aposta, globalmente, no biorrefino, para produção de diesel renovável (HVO).

“Fora da Europa, identificamos alguns mercados em que queremos crescer e um deles é o Brasil, que é o segundo maior mercado de biocombustíveis no mundo”, afirmou o presidente de marketing e serviços da Total, Alexis Vovk, a investidores, na quarta-feira.

A participação da Total no mercado brasileiro de distribuição de combustíveis ainda é incipiente. A companhia é responsável por menos de 1% das vendas no país e faz parte de um grupo de novos entrantes no setor. Além da francesa, a chinesa CNPC comprou 30% da TT Work, dona da Petronac, a Glencore adquiriu a Ale e a Vitol a Dislub nos últimos dois anos.

Como parte do plano de descarbonização da companhia, a Total anunciou que vai aumentar a participação das renováveis e eletricidade dentro de seus investimentos dos atuais 10% para 15% nos próximos cinco anos e para 20% entre 2026 e 2030. A previsão é investir mais de US$ 2 bilhões ao ano na área, na primeira metade da década, e mais de US$ 3 bilhões na segunda metade dos anos 2020. Nos últimos anos, a média de aportes da Total no segmento de renováveis e eletricidade ficou em cerca de US$ 1,5 bilhão. Ao todo, o plano de investimentos da petroleira francesa prevê menos de US$ 12 bilhões em 2021 e de US$ 13 bilhões a US$ 16 bilhões entre 2022 e 2025.

O presidente global da Total, Patrick Pouyanné, disse que a ideia é apostar nos biocombustíveis como substitutos do óleo em sua matriz, mas que a companhia monitora outras oportunidades no Brasil, como energias renováveis (eólica e solar) e gás natural liquefeito (GNL). A empresa atua no país, em renováveis, por meio da subsidiária Total Eren, que possui 300 megawatts em projetos solares e eólicos em exploração ou em construção no Brasil.

“O Brasil é um dos países que está dentro do nosso foco estratégico para os próximos dez anos”, afirmou o executivo, que destaca ainda o papel do país para que a produção de petróleo a baixos custos, no pré-sal, dentro do ambiente de preços mais baixos nos próximos anos.

A Total tem como meta quadruplicar os seus volumes no Brasil até 2025, para o patamar de 150 mil barris diários. A empresa se tornou a primeira petroleira, fora a Petrobras, a operar um campo do pré-sal: Lapa, na Bacia de Santos. A francesa também é sócia minoritária da Petrobras em outros dois ativos em produção no pré-sal: Mero (ex-Libra), onde possui 20%, e Iara (Sururu, Berbigão e Oeste de Atapu), onde a companhia detém 22,5%.

Fonte: Valor Econômico