Consumidor pode cobrar teste de qualidade em posto de combustíveis

 sexta, 05 de novembro 2021

Consumidor pode cobrar teste de qualidade em posto de combustíveis

Uma resolução da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) obriga todos os postos de combustíveis a terem um kit para teste da qualidade do produto, e os frentistas devem ser habilitados para fazê-lo gratuitamente, na frente do consumidor. Chefe do núcleo de fiscalização da autarquia em Brasília, Ottomar Lustosa explica que o teste é simples e indica a quantidade de etanol anidro na gasolina.

Pelas regras da ANP, a taxa não pode passar de 27% para gasolinas comum e aditivada. "Em um tubo de 100ml, o frentista deve adicionar 50ml do combustível e 50ml de uma solução formada por água e sal de cozinha. Nesse processo, o etanol que estava na gasolina é transferido para a água. Depois de 15 minutos, os líquidos se separam, e a gasolina fica na parte superior da proveta. O correto é que o líquido da mistura (água e sal) preencha um volume de 63ml. Se for maior que isso, a gasolina foi adulterada", detalha Ottomar Lustosa.

No caso do etanol, a qualidade pode ser verificada nas bombas, que têm um termodensímetro na lateral para indicar a qualidade do produto. O combustível deve ser transparente, sem impurezas e sem coloração. A linha vermelha — que marca a densidade — deve estar abaixo ou, no máximo, no mesmo nível do líquido. "Caso o posto se recuse a fazer a coleta, o consumidor deve formalizar uma denúncia junto à ANP, que vai recolher o material e fazer análise própria", completa.

Queixas
O Instituto de Defesa do Consumidor do Distrito Federal (Procon-DF) também recebe denúncias sobre a qualidade dos combustíveis, mas a fiscalização nesses casos só ocorre em parceria com a ANP. Em 2020, o órgão registrou 31 denúncias. De janeiro a setembro deste ano, foram 38 queixas. Caso encontre irregularidades na hora de abastecer, o consumidor pode procurar uma das unidades de atendimento, ligar para o telefone 151 ou enviar e-mail para 151@procon.df.gov.br.

Para denunciar, não é necessário provar que o estabelecimento adulterou o produto, pois a investigação ficará por conta da ANP. No entanto, a agência recomenda que o consumidor guarde a nota fiscal do abastecimento, pois, sem ela, não será possível atestar onde ocorreu o atendimento. Se comprovado que o posto comercializa combustível de má qualidade, a infração é gravíssima, com possibilidade de aplicação de multa entre R$ 20 mil e R$ 5 milhões. Além disso, a empresa pode ter as atividades suspensas ou a autorização de funcionamento revogada.

milhões. Além disso, a empresa pode ter as atividades suspensas ou a autorização de funcionamento revogada.
O que diz a lei

Práticas inadequadas

O artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor (CDC) proíbe práticas abusivas na venda de produtos ou serviços. Entre elas, estão: elevar os preços sem justa causa. Já o artigo 4 prevê que o estabelecimento atenda as necessidades dos consumidores, respeite a dignidade, a saúde, a segurança dos clientes, bem como garanta o respeito a padrões adequados de qualidade, durabilidade e desempenho do que for comercializado.

Orientações
Dicas para ter os direitos garantidos ao abastecer

Exija sempre a nota fiscal;
Fique de olho no etanol hidratado;
Cobre o teste da qualidade do produto;
Questione sobre a origem do combustível;
Procure pelos adesivos de certificação da bomba;
Denuncie caso suspeite de irregularidades.

Fonte: Correio Brasiliense