Chip põe em xeque sistema de produção de veículos
quinta, 17 de junho 2021
Nem as famosas greves de metalúrgicos do passado afetaram tanto a indústria automobilística como a atual crise de falta de semicondutores. A extensão do problema, que está longe de terminar, tem servido para algumas reflexões. As constantes paralisações das linhas de montagem, por exemplo, colocam em xeque o sistema demanufatura sem estoques, que tem guiado essa indústria há mais de 60 anos. Ao mesmo tempo, para dirigentes do setor, o excesso de dependência da importação de um item altamente disputado revela a necessidade de o país estimular a produção local de um componente cada vez mais necessário.A indústria automobilística levou desvantagem ao suspender pedidos de semicondutores há pouco mais de um ano. Naquele momento, a pandemia provocou, de um lado, a paralisação das fábricas de carros no mundo, mas, por outro, estimulou a demanda por computadores, celulares e tudo mais que a tecnologia oferece para a comunicação à distância.Nissan e Honda também tiveram que parar. O caso mais grave, no entanto, é o da fábrica da General Motors em Gravataí (RS), que suspendeu o trabalho totalmente em abril e ainda não voltou. Por meio de nota, o presidente da GM América do Sul, Carlos Zarlenga, destacou que Gravataí teve que enfrentar paralisação mais longa porque o Onix, modelo produzido naquela unidade, “tem o dobro de semicondutores” do que a maior parte dos carros compactos.Um automóvel carrega, em média 600 chips, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Mas os semicondutores estão em outras partes do carro, o que pode fazer com que o número desses pequenos componentes escassos chegue a mil em um único carro.Não é só pelo aumento da conectividade que um carro necessita de semicondutores. Dependem desses componentes funções do motor, como injeção, e sistemas de segurança, como freios. É por meio deles que funcionam, por exemplo, sensores de estacionamento oucomputadores de bordo que calculam o tempo de vida útil do óleo do motor. Segundo cálculos da Bosch, a eletrônica embarcada representava 20% do valor de um automóvel em 2000. Subiu para 40% em 2020 e tende a chegar a 50% em 2030.A perspectiva de aumento no uso desses componentes deixa vulneráveis os países que dependem da sua importação. Para o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, o problema pode, no entanto, ser uma oportunidade para o Brasil pensar num plano para atrair esse tipo de indústria. Para ler esta notícia, clique aqui.
Fonte: Valor Econômico
Nem as famosas greves de metalúrgicos do passado afetaram tanto a indústria automobilística como a atual crise de falta de semicondutores. A extensão do problema, que está longe de terminar, tem servido para algumas reflexões. As constantes paralisações das linhas de montagem, por exemplo, colocam em xeque o sistema de
manufatura sem estoques, que tem guiado essa indústria há mais de 60 anos. Ao mesmo tempo, para dirigentes do setor, o excesso de dependência da importação de um item altamente disputado revela a necessidade de o país estimular a produção local de um componente cada vez mais necessário.
A indústria automobilística levou desvantagem ao suspender pedidos de semicondutores há pouco mais de um ano. Naquele momento, a pandemia provocou, de um lado, a paralisação das fábricas de carros no mundo, mas, por outro, estimulou a demanda por computadores, celulares e tudo mais que a tecnologia oferece para a comunicação à distância.
Nissan e Honda também tiveram que parar. O caso mais grave, no entanto, é o da fábrica da General Motors em Gravataí (RS), que suspendeu o trabalho totalmente em abril e ainda não voltou. Por meio de nota, o presidente da GM América do Sul, Carlos Zarlenga, destacou que Gravataí teve que enfrentar paralisação mais longa porque o Onix, modelo produzido naquela unidade, “tem o dobro de semicondutores” do que a maior parte dos carros compactos.
Um automóvel carrega, em média 600 chips, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Mas os semicondutores estão em outras partes do carro, o que pode fazer com que o número desses pequenos componentes escassos chegue a mil em um único carro.
Não é só pelo aumento da conectividade que um carro necessita de semicondutores. Dependem desses componentes funções do motor, como injeção, e sistemas de segurança, como freios. É por meio deles que funcionam, por exemplo, sensores de estacionamento ou
computadores de bordo que calculam o tempo de vida útil do óleo do motor. Segundo cálculos da Bosch, a eletrônica embarcada representava 20% do valor de um automóvel em 2000. Subiu para 40% em 2020 e tende a chegar a 50% em 2030.
A perspectiva de aumento no uso desses componentes deixa vulneráveis os países que dependem da sua importação. Para o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, o problema pode, no entanto, ser uma oportunidade para o Brasil pensar num plano para atrair esse tipo de indústria. Para ler esta notícia, clique aqui.
Fonte: Valor Econômico