Retomada econômica deve respeitar saúde, dizem empresários
segunda, 11 de maio 2020
Apesar da preocupação com os efeitos que a pandemia do novo coronavírus começam a gerar sobre a economia, executivos da indústria brasileira defendem uma estratégia de reabertura das atividades que respeite os protocolos das autoridades de saúde, aproveite as experiências adotadas em outros países e seja feita de forma coordenada entre os três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Essa avaliação é defendida por representantes de diversos segmentos, desde integrantes do grupo que se reuniu anteontem com o presidente Jair Bolsonaro e acabou sendo levado até o Supremo Tribunal Federal (STF), até executivos de outros ramos da produção. Nelson Mussolini, presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), afirmou que qualquer decisão sobre a reabertura da economia brasileira deve ser baseada na ciência. Ele não estava na comitiva que foi ao STF na quinta-feira. — Somos escravos da ciência e não podemos ir contra o que ela diz. Seria contraditório tomar qualquer decisão de reabertura que não tenha base científica — disse Mussolini.
O setor farmacêutico adota diversos protocolos de segurança, como distanciamento nas linhas de produção, maior espaçamento nos refeitórios e isolamento social, quando possível, além de higienização mais efetiva do que a já realizada para evitar qualquer tipo de contaminação.
No total, o Sindusfarma representa 150 indústrias, que geram cem mil empregos diretos e mais 600 mil indiretos. O setor faturou R$ 73 bilhões em 2019. — Nosso foco é o ser humano —afirmou Mussolini.
GRADUALISMO
O empresário Marco Stefanini, presidente da multinacional brasileira Stefanini, que também não estava na comitiva do STF, avalia que a reabertura da economia tem que ser gradual e começar por municípios pequenos, onde a incidência da doença é menor.
Para ele, com auxílio de tecnologia, que ajuda a acompanhar melhor a evolução da doença, é possível criar estratégias para a retomada da economia. —Capitais onde o número de casos é grande devem manter quarentena. Mas em cidades menores, é possível avaliar caso a caso. A tecnologia ajuda a monitorar aglomerações, através de mapas de calor — afirmou o executivo.
— É claro que protocolos básicos de segurança, como distanciamento mínimo, precisam ser implementados. Escolas e shoppings seriam os últimos a ser liberados. Lojas menores poderiam começar a reabrir e movimentar a economia — acrescentou Stefanini. José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Ablipast), acredita que a grande demanda das empresas, neste momento, é ter acesso mais facilitado a linhas de crédito. Esse problema foi exposto na reunião que os empresários tiveram com o presidente Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, anteontem, antes da caminhada até o gabinete do presidente do STF, ministro Dias Toffoli. O executivo, que esteve em Brasília na reunião no Palácio do Planalto e no Supremo,
lembra que os empresários presentes ao encontro foram unânimes em defender um plano coordenado para que a retomada das atividades seja feita de forma organizada e respeitando todos os protocolos de saúde necessários. — Tem que planejar a volta, preservando a saúde das pessoas ao máximo e os empregos —afirmou Roriz.
AMPLO DEBATE
O presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e Confecção (Abit), Fernando Pimentel, que também esteve com Bolsonaro, concorda com a necessidade de uma estratégia coordenada. entre o Planalto, o Congresso Nacional e o Poder Judiciário. — Precisamos ter uma estratégia para reabrir a economia.
É como está acontecendo em outros lugares do mundo. Uma solução definitiva só virá com a vacina, e até lá com medidas de segurança, distanciamento e muita higiene e limpeza é preciso ter uma estratégia de reabrir —afirmou. O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, também disse ser favorável a um debate mais amplo sobre a estratégia a ser aplicada para promover a reabertura econômica sem que isso comprometa a saúde da população. — É preciso pensar em alternativas para promover a reabertura. Se a retomada vai acontecer em maio, junho ou julho isso vai depender das autoridades de saúde. O importante é termos esse debate —disse.
Foto: O Globo
Apesar da preocupação com os efeitos que a pandemia do novo coronavírus começam a gerar sobre a economia, executivos da indústria brasileira defendem uma estratégia de reabertura das atividades que respeite os protocolos das autoridades de saúde, aproveite as experiências adotadas em outros países e seja feita de forma coordenada entre os três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Essa avaliação é defendida por representantes de diversos segmentos, desde integrantes do grupo que se reuniu anteontem com o presidente Jair Bolsonaro e acabou sendo levado até o Supremo Tribunal Federal (STF), até executivos de outros ramos da produção. Nelson Mussolini, presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), afirmou que qualquer decisão sobre a reabertura da economia brasileira deve ser baseada na ciência. Ele não estava na comitiva que foi ao STF na quinta-feira. — Somos escravos da ciência e não podemos ir contra o que ela diz. Seria contraditório tomar qualquer decisão de reabertura que não tenha base científica — disse Mussolini.
O setor farmacêutico adota diversos protocolos de segurança, como distanciamento nas linhas de produção, maior espaçamento nos refeitórios e isolamento social, quando possível, além de higienização mais efetiva do que a já realizada para evitar qualquer tipo de contaminação.
No total, o Sindusfarma representa 150 indústrias, que geram cem mil empregos diretos e mais 600 mil indiretos. O setor faturou R$ 73 bilhões em 2019. — Nosso foco é o ser humano —afirmou Mussolini.
GRADUALISMO
O empresário Marco Stefanini, presidente da multinacional brasileira Stefanini, que também não estava na comitiva do STF, avalia que a reabertura da economia tem que ser gradual e começar por municípios pequenos, onde a incidência da doença é menor.
Para ele, com auxílio de tecnologia, que ajuda a acompanhar melhor a evolução da doença, é possível criar estratégias para a retomada da economia. —Capitais onde o número de casos é grande devem manter quarentena. Mas em cidades menores, é possível avaliar caso a caso. A tecnologia ajuda a monitorar aglomerações, através de mapas de calor — afirmou o executivo.
— É claro que protocolos básicos de segurança, como distanciamento mínimo, precisam ser implementados. Escolas e shoppings seriam os últimos a ser liberados. Lojas menores poderiam começar a reabrir e movimentar a economia — acrescentou Stefanini. José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Ablipast), acredita que a grande demanda das empresas, neste momento, é ter acesso mais facilitado a linhas de crédito. Esse problema foi exposto na reunião que os empresários tiveram com o presidente Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, anteontem, antes da caminhada até o gabinete do presidente do STF, ministro Dias Toffoli. O executivo, que esteve em Brasília na reunião no Palácio do Planalto e no Supremo,
lembra que os empresários presentes ao encontro foram unânimes em defender um plano coordenado para que a retomada das atividades seja feita de forma organizada e respeitando todos os protocolos de saúde necessários. — Tem que planejar a volta, preservando a saúde das pessoas ao máximo e os empregos —afirmou Roriz.
AMPLO DEBATE
O presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e Confecção (Abit), Fernando Pimentel, que também esteve com Bolsonaro, concorda com a necessidade de uma estratégia coordenada. entre o Planalto, o Congresso Nacional e o Poder Judiciário. — Precisamos ter uma estratégia para reabrir a economia.
É como está acontecendo em outros lugares do mundo. Uma solução definitiva só virá com a vacina, e até lá com medidas de segurança, distanciamento e muita higiene e limpeza é preciso ter uma estratégia de reabrir —afirmou. O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, também disse ser favorável a um debate mais amplo sobre a estratégia a ser aplicada para promover a reabertura econômica sem que isso comprometa a saúde da população. — É preciso pensar em alternativas para promover a reabertura. Se a retomada vai acontecer em maio, junho ou julho isso vai depender das autoridades de saúde. O importante é termos esse debate —disse.
Foto: O Globo