Petróleo cai com temor de demanda menor

 terça, 28 de janeiro 2020

Petróleo cai com temor de demanda menor

Os preços do petróleo caíram mais de 2% ontem, registrando as mínimas desde outubro, refletindo os temores de desaceleração na demanda global pela commodity diante da rápida disseminação do novo coronavírus.

“A recuperação do crescimento global será limitada por causa do impacto do coronavírus sobre o crescimento chinês, possivelmente, durante o primeiro semestre”, disse Edward Moya, analista da corretora OANDA.

O preço do petróleo Brent – referência internacional – caiu 2,3% e fechou a US$ 59,32 por barril.

Numa tentativa de conter a disseminação do vírus, o governo chinês impôs restrições de viagens que afetam quase 50 milhões de pessoas em dezenas de cidades. Pequim também prorrogou o feriado de Ano Novo Lunar por mais dois dias, até 2 de fevereiro.

O novo coronavírus atinge a China num momento que a economia já enfrenta dificuldades e uma desaceleração adicional no ritmo de crescimento terá significativo impacto na demanda por petróleo. A China é o maior importador global da commodity. Em 2019, as importações chinesas atingiram o volume recorde de 10,12 milhões de barris por dia.

Os cancelamentos de voos na China são outra preocupação para o setor de petróleo, uma vez que o combustível para aviação representa cerca de 15% do crescimento da demanda por energia do país, segundo relatório do banco de investimentos RBC Capital Markets.

A pressão de queda nos preços pode persistir ou piorar se o novo coronavírus continuar se espalhar”, disse Mark Waggoner, presidente da corretora Excel Futures.

As preocupações com o impacto da epidemia na demanda global levaram alguns membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) mais a Rússia a discutir ontem como responder à crise, segundo fontes do cartel. Mas ainda não há planos para realizar uma reunião de emergência.

Fontes da Opep ouvidas pela agência Reuters disseram que as “discussões preliminares” incluem uma prorrogação da atual restrição na oferta de petróleo para além de março e, até mesmo, um corte adicional na produção.

Fonte: Valor Econômico