Bancos emprestam menos em abril e crédito a empresas despenca 21,1%

 sexta, 29 de maio 2020

Bancos emprestam menos em abril e crédito a empresas despenca 21,1%

concessão de empréstimos caiu 16,5% em abril na comparação com o mês anterior, segundo divulgados nesta quinta-feira (28) pelo Banco Central. A queda afetou principalmente empresas, que tiveram 21,1% menos crédito.

Para as famílias, a redução nas concessões foi de 13,2%, segundo a série com ajuste sazonal, que retira peculiaridades do período, como número de dias úteis a mais ou a menos para facilitar a comparação.

Com o comércio fechado em razão de restrições impostas para tentar conter o avanço da Covid-19, novos empréstimos em modalidades ligadas ao varejo, como desconto de duplicatas e antecipação de recebíveis, tiveram quedas drásticas: 44,1% e 61,6% respectivamente.

Esses financiamentos dependem das vendas para gerar garantia. Já empréstimos para capital de giro, principalmente de curto prazo, registraram alta. A modalidade total cresceu 52,5% —com prazo menor de um ano, houve escalada de 101,2%.

“Esse comportamento das empresas demandando crédito por capital de giro reflete a necessidade de mais recursos em caixa para passarem pelo período de incerteza, que reduz faturamento”, diz o chefe do departamento de estatísticas do BC, Fernando Rocha.

As medidas de isolamento social reduziram o consumo das famílias. Com isso, os gastos cartão de crédito também diminuíram 17,7% em abril. Na modalidade à vista, em que o cliente paga o total da fatura, a queda foi de 23,5%.

“É natural que haja diminuição na modalidade. As pessoas estão em casa e compram menos”, diz Rocha. Em março, as pessoas utilizaram R$ 104,2 bilhões no cartão de crédito. Em abril, o valor caiu para R$ 85,7 bilhões, R$ 18,5 bilhões a menos.

Além disso, o uso de cheque especial diminuiu em 22%. A concessão de crédito consignado –descontado diretamente na folha de pagamento– reduziu 7,8%. Na modalidade, os bancos emprestaram 20,1% menos a trabalhadores do setor privado e 17,2% a servidores públicos.

Fonte: Folha de S. Paulo